RADIO BARREIRITTO CAIPIRA

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quinta-feira, 21 de maio de 2015

( VALTAIR BERTOLI )
21/05/2015 23:47 HRS

já estou decidido
aqui eu não fico mais
quero voltar pra minha terra
a saudade não me da paz
a vida  tem sido dura
vivo sem felicidade
tenho sofrido muito
morando aqui na cidade

não sei viver de luxo
nesse mundo de vaidade
sabendo que  minha  mãezinha
chora muito de saudades
vou partir de madrugada
pra minha antiga morada
levando só minhas roupas
na velha mala surrada

vou viver na minha terra
no meu sertão afastado
junto da minha minha familia
voltar a lidar com gado
continuar a velha tradição
igual fez o finado pai
todos  seus ensinamentos
da minha mente não sai

quando parti pra cidade
pro meu pai causei desgosto
a sua infelicidade foi tanta
dava pra ver no seu rosto
a minha velha mãezinha
não quero mais ver sofrer
vou lhe dar o meu carinho
e alegrar  nosso viver

terça-feira, 19 de maio de 2015

FOI BOM
( valtair bertoli )19/05/2015

Foi bom
outra vez te encontrar
recordar
os momentos vividos
de um passado
que foi tão belo
que por mim
nunca foi esquecido

ainda vejo
você sorridente
na hora
de sua partida
me dando
o aceno do adeus
foi assim
a nossa despedida

foi bom
outra vez te encontrar
e falar
lá do nosso passado
das lembranças
que todo esse tempo
eu não pude
 deixar de lado

só o que
de nós dois resta agora
é somente
poder recordar
lamentar
o fim dessa historia
que nós hoje
viemos findar

e agora
é bem  melhor
que você se levante
e vá embora
só não quero
que fique a me olhar
para não me ver chorar

sábado, 16 de maio de 2015

MEU CANTINHO
(valtair bertoli ) 16/05/2015

eu mantenho em minha fazenda
um pedacinho de chão
cercado de arame farpado
onde faço  minha plantação
tenho uma tuia de tabua
na frente um   terrerão
um coberto cheio de traias
dos meus  tempo de peão

ali é o meu cantinho
o meu  solo sagrado
conservo  a tradição
de como era  no  passado

faço  o meu trabalho
sem nenhuma intervenção
dos avanços dos dia de hoje
toco tudo com minhas mãos
uso enxada machado
foice rastelo e enxadão
um arado puxado a cavalo
é assim que trabalho o chão


ali é o meu cantinho
o meu  solo sagrado
conservo  a tradição
de como era no passado


tenho um ranchinho de palha
e não uso nem lampião
lamparina a querosene
quem clareia a escuridão
ouço o radio a pilha
procuro uma boa estação
pra ouvir os programas
que toca sempre uns modão

ali é o meu cantinho
o meu  solo sagrado
conservo  a tradição
de como era no passado


muitos me criticam
da vida que tenho levado
sendo um homem rico
vivo igual no passado
respondo que sou rico
graças a meus antepassados
que com as mãos lavraram a terra
e sigo o legado deixado

ali é o meu cantinho
o meu  solo sagrado
conservo  a tradição
de como era no passado



terça-feira, 12 de maio de 2015

DOMA DO CORAÇÃO
( VALTAIR BERTOLI ) 12/05/2015


uma cela  de primeira
com  coxinilho  confortável
eu arriei os meus sonhos
em um mundo encantado
firmei os pés nos estribos
montei na minha ilusão
cheguei a espora no tempo
fui procurar minha paixão


sai galopando no mundo
fugindo da solidão
acompanhando  a batida
que mandava meu  coração
conforme sentia o vento
pelo meu corpo passar
sentia aumentar a ansiedade
pra poder te encontrar


soltei as mão da rédea
sem destino , fui então
seguindo desenfreado
rumo a imensidão
e logo me surge você
montada em um alazão
com seus cabelos brilhando
aumentando minha emoção

olhei para o descampado
só via sua luz brilhar
você ajeitou o seu  laço
se preparou pra jogar
como um potro adestrado
eu nem tentei me livrar
esperei minha vida inteira
pra você vir me domar


quinta-feira, 7 de maio de 2015

MORADA DE CABOCLO
( VALTAIR BERTOLI ) 07/05/2015

aqui olhando pelo alpendre do meu rancho
vejo ao longe a sua grande imensidão
são  tantas terras que  faz no horizonte
o céu descer até chegar  beijar  o chão

assim tão longe viaja meu pensamento
e eu vivendo nessa grande vastidão
levo a vida feliz e sorridente
sinto alegria de morar nesse sertão

aqui eu nunca sinto falta de nada
sei que foi Deus que abençoou todo esse chão
aqui também  tristeza não faz morada
e não empaca nas curvas do ribeirão

tem os mais belos cantos vindos das matas
e o silencio pra ouvir suas canção
o sol que brilha e reluz la  na cascata
dando mais brilho na vida desse peão

a chuva vem igual a um manto sagrado
dando  mais vida e cor na vegetação
soprando um vento bem calmo e brando
e faz molhar toda a terra do chão

a noite brilha as estrelas coloridas
a lua  vem sempre pra  nos visitar
essa é a vida simples desse caboclo
que nunca vai querer deixar esse lugar
QUERIDA 07/05/2015
( VALTAIR BERTOLI )

querida estou aqui
hoje vim lhe agradecer
por tanto tempo em minha vida
alegrar o meu viver

você que foi responsável
por domar o meu amor
me fez sair de um mundo
onde eu era um pecador

x

me deu afeto e carinho
quando eu não  merecia
mostrou os rumos certos
pra seguir num novo dia

mantinha o nosso lar
com calma e diplomacia
enquanto as nossas vidas
eu somente destruía

x

sei que por muito tempo
eu só te fiz foi sofrer
tudo você perdoava
tentando me compreender

me dava sempre outra chance
me ensinando a viver
de tanto me ajudar
hoje vim te agradecer

x


querida tu és a flor
que nasceu no meu jardim
nem mesmo no tempo seco
nunca fugiu de mim

tu és a estrela guia
do meu céu sempre a brilhar
só tenho que agradecer
por tanto tempo me amar

quarta-feira, 6 de maio de 2015

RESTO DE TAPERA
( VALTAIR BERTOLI ) 06/05/2015
sem melodia

ja faz muito tempo
que eu fui embora
e deixei pra traz
parte da minha estoria
minhas alegrias
minhas felicidades
tudo se perdeu
pela sua falsidade

em nossa vida humilde
nada nos faltava
na velha tapera
o amor  prosperava
você se iludiu
por uma falsidade
e me trocou por outro
mudou pra cidade

na velha tapera
não pude mais ficar
abandonei tudo
no mundo peguei vagar
hoje estou aqui
revendo o meu passado
o resto da tapera
pelo mato  tomado

assim sei que você
tambem esta agora
sua beleza e encanto
o tempo levou embora
vive rodeada
num mundo de incerteza
é do dinheiro sujo
que tem o pão na mesa
SAUDADES PESADA
( valtair bertoli) 06/05/2015

estou carregado vivendo só de saudades
do meu passado que a muito se foi
de quando eu ia bem perto da estrada
ao longe ouvia o som de um carro de boi

ate parece que cantava melodia
e me alegrava ouvir o som  dos seus  cocão
meu velho pai carreando pelas estradas
usando graxa feito de  sebo e carvão

com oito juntas sempre bem alinhadas
usava  pouco  a sua vara de ferrão
e a cada grito que ele dava na estrada
os bois ouvia e cumpria sua  missão

muitos perigos passou em suas jornadas
com os seu bois cortando nosso sertão
e a cada marca  que deixava na estrada
 que foi pagando a minha educação

quantas  boiadas que  por la eu vi passar
e tinha o  som parecido com  trovão
com os seus cascos moendo pedra e terra
ia cobrindo tudo com seu poeirão

perto de casa tinha um grande descampado
tinha boiada e muitos boiadeiros
que ali paravam pra fazer suas pousadas
sem ter parada  de janeiro a janeiro

mas tudo isso hoje já esta mudado
não mais existe a estrada boiadeira
 o som dos cocão ja foi calados
só  minha lembrança  que ainda é verdadeira

me sinto triste quando olho pra  estrada
 não ouço mais a cantiga  dos cocão
sinto um cheiro  de fumaça é muito ardida
e so barulho de motor de  caminhão