RADIO BARREIRITTO CAIPIRA

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domingo, 24 de julho de 2016

Proteção de caipira ( valtair bertoli ) 24/07/2016 Há quem caçoe desse meu jeito do meu trejeito por ser caipira Só Porque eu não falo direito gosto de respeito e detesto mentira Hoje o mundo esta todo mudado tenho me cuidado com a natureza Até reforcei a minha proteção Com minhas plantação não tenho surpresa Vivo distante no meio do mato por arranha gato estou cercado Se a visita não for de matuto do meu reduto sai todo machucado Plantei juá junto a cerca arame nesse certame tem que ser destemido Se o sujeito não estiver bem trajado sai perfurado por espinhos ferido Reforcei a segurança no rio com um eito afio de “navaia” de macaco Em meio da capoeira plantei em fileira pra enganar os veiacos Lá fiz uma plantação de urtiga sua beleza instiga os desinformados Quem fizer uso da sua macieza vai sentir a tristeza do seu resultado Na porteira do alto do pé de ipê da pra se se “”vê”” toda a vastidão Os chanchã ali fazem morada se vê alguém na estrada fazem um barulhão Mantenho um touro xucro no pasto me atenho pro gasto com minha segurança De tardezinha rezo na capela Deus é minha tramela é a minha confiança.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Boiadeiro de fibra
( valtair bertoli ) 14/072016


Num famoso restaurante / por sua carne afamado
De movimento constante / só por nobres frequentado
Chegou um boiadeiro / pediu um canto reservado
Com o traje de estradeiro / falou que estava cansado
Usava roupas bem limpas /de botas novas calçado
Um sujeito supimpa /que logo foi questionado
Porque veio ao restaurante / se tinha outro do lado
Ali só gente importante / usava canto separado


Garção foi negligente / também mal preparado
No meio daquela gente / falando em tão alto brado
Nós não servimos andantes / nem que estivesse fechado
E nesse mesmo instante / estamos quase lotado
Tem somente uma mesa /que tem o custo dobrado
Servimos com vela acesa / em nosso prato dourado
Boiadeiro falou no repente / “ lá eu quero ser levado “
E ouviu um riso indecente / de um casal lá sentado


Começou um alvoroço / o gerente logo foi chamado
Mandou servir o almoço / boiadeiro foi acomodado
Sentado naquela mesa /almoçava sossegado
Sentiu a ingrata surpresa / pelo povo ele foi vaiado
Um sujeito muito arrogante / de terno fino trajado
Xingava de modo incessante / por todos acompanhado
Com palavras pungente / de imundo ele foi tratado
No meio daquela gente / boiadeiro ficou indignado


Boiadeiro se levantou / não quis nem mandar recado
Olhando a todos acenou / mostrando o prato lotado
A carne que vocês comem / que aqui tem saboreado
Passa nas mãos desse homem / que por todos foi humilhado
Elas vem das minhas fazendas / aonde eu crio meu gado
Se a carne é estupenda / e a todos provoca agrado
É porque crio com respeito / meu gado é bem zelado
Comparado com vosso jeito / também são mais educados








quarta-feira, 13 de julho de 2016


Viola viva
( valtair bertoli ) 13/072016


Sou nascida nos verdes campos
Com pirilampos e tantas belezas
Ouvindo a nobre sinfonia do riacho
com som de coaxo ao lado da correnteza
junto ao gorjeio dos passarinhos
Chocando em seus ninhos as suas riquezas
Bebendo o orvalho do céu estrelado
Do manto sagrado da mãe natureza

Suportei o frio das geadas
Vi nas madrugadas o sereno caindo
Sentia o vento forte que soprava
Minhas crias espalhava as via partindo
Sofri com o fogo quando alastrava
Minha seiva sugava assim fui resistindo
A mão de Deus sempre me ajudava
Nova roupa me dava obra do amor infindo

Lá Assisti tantos casos de amor
Senti o calor desse nobre sentimento
Presenciei também as intrigas
Ouvindo nas brigas o triste lamento
Quantos Deixaram minha pele marcada
E nela incrustada os seus juramentos
vários romances depois de acabados
Ficaram lado a lado para o discernimento

triste Calada assisti minha morte
Ainda tive sorte após a minha degola
Pelo mundo tenho sido cortejada
A minha estada sei que muitos consola
Aprendi com o canto dos passarinhos
tocar nesse pinho meu canto gabola
Levando alegria a todos os cantos

causando encanto meu nome é viola

domingo, 10 de julho de 2016

Amor verdadeiro laço do cupido

Meus amigos  peço licença / Minha historia vou lhes contar
Do revez que existe na  vida / O  que   fez  ela   mudar
Quando eu sai pela  estrada  / tinha meu rosto bem liso
Pelo   mundo fiz minha morada /  Pra não perder   o  juízo
Levava   minha vida tranquila /  No sitio  em   que   morava
La fui um mestre na lida  / Serviço  eu  nunca  enjeitava
Fui gerente na sede  /  E um peão na invernada
O laço era minha vida / Jamais errei  uma lançada

Um dia fui contratado  / pra um boi bravo encontrar
fugido  em uma fazenda / ninguém conseguia achar
mestiço de porte bem grande / tinha seu nome afamado
lobisomem era o apelido / dois peões já tinha matado
sai no outro dia cedinho / galopeando pela invernada
montado no   potro cigano / avistei a fera afamada
em meio aos carrascais / cheguei pelas beiradas
la fiz o meu arremesso / entreguei a ferra amarrada

a dona da fazenda / Sorrindo ela me olhava
Senti naquele momento / Que algo me dominava
Ali eu vi minha sina / Sendo toda mudada
Senti no peito a paixão / Por uma mulher casada
Todos serviços que tinha / Ela sempre me chamava
E não demorou quase nada / Logo ela se declarava
No mundo tomei o rumo /  abandonei  minha morada
Antes que laço fechasse /  do amor dei  minha escapada

Aqui eu me encontro hoje / Com o rosto  todo  marcado
Contando a todos vocês / Um Pedaço do meu  passado
Quem foi uma fera no laço / Se viu pelo amor laçado
Hoje vago no mundo / com o peito despedaçado
Mas não esqueço um segundo / Aquele rosto encantado
Sinto no meu  pescoço / um nó bastante apertado
Abandonei minha terra / por lá não tive voltado
Cupido me lançou seu  laço / por ele fui derrotado



quinta-feira, 7 de julho de 2016

PELAS PORTAS DO MUNDO
( VALTAIR BERTOLI ) 07/072016


A porta do mundo é aberta
com vias incertas pelos seus caminhos
por eles vamos caminhando
sempre deparando com tantos espinhos
em cada passo que damos
na vida assentamos mais um tijolinho
devagar nós vamos avançando
a experiência ajuntando fazendo um alinho


as marcas deixadas na estrada
na pele enrugada nos borda os carinhos
em cada sorriso deixado
guardamos o agrado igual de um filinho
descobrimos que nossa jornada
se torna pesada quando estamos sozinhos
aqui cantando esses versos
sinto que no universo somos só um pontinho


com o tempo se perde o brilho
sumimos dos trilhos igual um bondinho
só ficam as fotos penduradas
sendo apreciadas expostas num cantinho
por isso que tenho vivido
e muito aprendido ouvindo os velhinhos
que tem as solas calejadas
das suas caminhadas nesse nosso mundinho

que tem as solas calejadas
das suas caminhadas nesse nosso mundinho

MINHA QUERIDA
( valtair bertoli )  07/07/2016

Minha querida sei que anda preocupada
Sempre pergunta a meu respeito a meus amigos
Desde quando “”oce “” deixou  nossa morada
Vive  sondando  os caminhos que eu sigo
Confesso a ti  , que  tenho muito   sofrido 
Pra  nossa casa contratei  uma empregada
Morena alta de cabelos bem cumpridos
Tem olhos  verdes e   coxas bem torneadas

Sua a voz  mansa  é melodia a meus ouvidos
No seu serviço ela é  muito prendada
O   gasto  em casa com ela foi reduzido
Não saio a noite economizo  nas baladas
Vendo o  shortinho  curtinho  que ela usa
Vi  acender a chama que estava apagada
Usa  decotes grandes  em suas  blusas
Sua juventude deixou minha estima elevada

Minha querida peço que não se preocupe
Eu estou bem a empregada me agrada
Vê se me esquece e sua mente desocupe 
Pois desconfio que ela esta apaixonada
Tem me ligado   a noite e   com sorriso
Fala que tem sonhado com coisa errada
Qualquer dia desses eu perco o  juízo
E peço a ela serviços  na   madrugada

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Mundo de poesia  
( valtair bertoli )

Relembro a antiga entrada da   fazenda
Que na    porteira  do  seu lado havia
Um   pé  de ipê que no   fim do inverno
Tudo   enfeitava   quando ele  floria
 Os passarinhos  ali se ajuntavam
E misturavam   suas melodias
Que estão guardadas dentro da minha alma
Ainda hoje  desperta   alegria

Ref:
Tão belos sonhos que ali vivi
a minha infância até  se parecia
um livro aberto   que ia  folhando
soltando  ao  vento lindas   poesias

na sua sombra   eu sempre brincava
observando quem de longe vinha
sem ver o tempo que também passava
igual a noite no fim da tardinha
 os passarinhos com  tempo  voaram
também cortaram o ipê florido
só resta agora  sombras de um passado
eternizadas  num   peito ferido


Ref:
Tão belos sonhos que ali vivi
a minha infância até  se parecia
um livro aberto   que ia  folhando
soltando  ao  vento lindas   poesias

Ref:
Tão belos sonhos que ali vivi
a minha infância até  se parecia
um livro aberto   que ia  folhando
soltando  ao  vento lindas   poesias


sexta-feira, 1 de julho de 2016

APRESENTAÇÃO DE CAIPIRA
( VALTAIR BERTOLI / david souza e gustavo )

vim cumprir com minha sina / não reparem no meu jeito
pra cantar fui convidado / me apresento com respeito
moro no meio do mato /  num  lugar lindo e  perfeito
num ranchinho abençoado / tudo la tiro proveito
tenho agua cristalina  / do ""corgo"" que vem da mina
com  monjolo no seu leito

moro com minha vozinha /  ela é quem  tem  me ensinado
na vida o  rumo certo / pra que eu nunca ande  errado
sou filho da terra bruta  / onde  tiro o   aprendizado
minha vida é um livro aberto / por todos sou respeitado
assim levo a  vidinha  / cantando minhas modinhas
puxando no ponteado

meu cinto é feito  de crina /  por meu pai   presenteado
meu chapéu simples de palha /  ja esta todo surrado
o couro da minha botina / mantenho ele  engraxado
a minha voz nunca falha / pra isso estou preparado
canto num tom acima / capricho nas minhas rimas
e o povo tem gostado

confio  na minha viola / no meu peito encostada
os ponteios vão saindo  /   em cebolão  afinada
Criei calo em meus dedos  /  tocando nas madrugadas
com o sereno caindo  /  depois  da lua prateada
a minha fé não embola ./  sou aluno nessa escola
sigo   humilde pela  estrada