RADIO BARREIRITTO CAIPIRA

Radiobarreirittocaipira

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Minha infancia
( valtair bertoli ) 04-12-2017

Recordo da minha infância . A casinha    que eu morava
Com o  chão de terra batida , E as  frestas que o sol entrava
O Fogão a lenha na cozinha , e  as brasa que  mamãe soprava
E No alto os  gomos de linguiça , que na trava ela   defumava

nossa  casa era  humilde ,  e   nela  nada  nos faltava
Alimento tinha de sobra  , E a paz no ambiente reinava
Papai todo dia cedinho ,   na sala o pote  completava
com a  agua fresca vinda do poço ,  que no balde ele puxava

o quintal que era bem grande  ,  por ele eu  corria e brincava
Pegava    bicho de pé  , pois calçado  eu nunca usava
no pomar tinha frutas sortidas ,  passarinhos  nele amontoava
na figueira me   divertia ,  no balango bem alto cantava

do mundo eu nada sabia,  so ouvia  oque o pai me falava
o radio somente a noitinha , um programa a gente escutava
só ouvia modas caipiras , na estação que muito chiava
e papai sentava num banquinho ,  e tranquilo seu pito fumava

esse canto  que foi tão bonito , e  que  tanto eu admirava
lentamente vi transformar ,  enquanto minha idade avançava
um dia mudei  pra cidade ,  meu tesouro pra traz eu deixava
por anos a noite   sofri , sonhando que   nela eu   voltava

o progresso  lá tudo mudou ,  destruiu  o sitio   que   eu amava
so restou perto  do ribeirão  ,  a figueira onde  eu balançava
o tempo  na roça  pois fim  , destruiu o   que papai zelava
so me resta  lembranças  na mente ,  de quem tanto me acalentava

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

No cabo de guatambu
( valtair bertoli )  08/11/2017

Num cabo de guatambu eu abri o meu caminho
Tirei da minha frente os estrepes e espinhos
Fiz uma casa de taipa  pra abrigar  o meu benzinho 
No meio do meu sertão espanto a solidão
Abraçado no  meu pinho

Enfrentei a terra bruta   arranquei toco do chão
Trabalhando no roçado criei  calo em minha   mão
Aguardava  a chuva mansa na virada de estação
Cada grão que semeava  Deus  sempre   abençoava
Fazendo  a  germinação 

Construí um chiqueirão     também  fiz uma mangueira
Beirando o  terreirão     fiz  a     tuia  de   madeira 
Levantei  um puxadinho  pra guardar   minhas tranqueiras
com cinco arame farpado  estiquei o meu cercado
nas  estacas de aroeira

sou um caboclo simples matuto por geração
eu nasci eu fui criado na humildade do sertão
nada paga a liberdade   sou eu mesmo meu patrão
aos  domingo acendo vela vou cedinho  na  capela
 pra  fazer minha    oração

sábado, 4 de novembro de 2017

Fim de boêmio
( valtair bertoli ) 04/11/2017

Me sinto um vagabundo / excluso da sociedade
Perdido bebendo a noite /  pelos cantos da cidade
Sob luzes  coloridas  /  num mundo de hostilidade
Em uma mesa pensante / lembrando a todo instante
Meus momentos  de felicidade

Me tornei um boêmio / na vida um Pelegrino
Vagando nas madrugadas / rumando num  só destino
Querendo  somente afogar /  a magoa do meu desatino
Já não creio em mais nada / estou no fim da estrada
Meu  fim eu mesmo assino

Magoas tenho de sobra /  dinheiro esta no fim
Jamais pensei na minha  vida / me ver no mundo assim
Eu que   tive  de tudo /  não tenho ninguém por mim
Quero logo ser levado /   para ser sepultado 
Ao som de um bandolim
Homenagem ao roceiro
( valtair bertoli ) 04/11/2017

No ventre da terra o grão semeado
Nela   tem brotado cobrindo  o chão
Gerando divisa a nossa pátria amada
E sendo levada na exportação
O nosso roceiro que tem trabalhado
Fica abandonado na imensidão
Se vê ultrajado  num canto esquecido
Lutando  aguerrido  por todo o sertão   

Na sua batalha na luta constante
Observa  pensante   a atual  situação
Pois sabe que ele é o  braço forte
 É o esteio é o suporte  da nossa nação
Esquece sua dor tapando as feridas
Pra levar  comida  a todos os  irmãos
Enfrenta   sol quente e   dificuldades
Pra ter  na cidade  sobre a mesa o pão  

Sujeito  honesto e de  prosa mansa
Quase não descansa cumpre a obrigação
Seu rosto é marcado pelo sol ardente
  seu riso envolvente  oculta  com a mão
A tudo ele escuta atento e  calado
  é mestre formado    em   educação
Caboclo é filho da  mãe natureza
E da  sua  grandeza  ele tira a lição

  Sua tradição se  mantém  milenar
Gosta de cantar  de  fazer oração
Se deita bem cedo e levanta na aurora
Nossa terra  afora  cuida com emoção
Meu irmão da roça é fio da balança
Inspira confiança por sua criação  
Aceite a  minha humilde  homenagem

Levando  a mensagem em forma de canção
Escravo da saudade
( valtair bertoli ) 04/11/2017

Me tornei / escravo da saudade
Por pura   maldade / de quem  que me deixou
Partiu  /  se foi   sem falar nada
Rompeu a  madrugada / e  nunca   mais voltou

  O Meu corpo  / clama    seu carinho   
Carente aqui   Sozinho  / na fria     solidão
Triste  / vivo   encarcerado
sofrendo o  desagrado  / desse   alguém sem coração

Seu sorriso / no sonho me estremece
Seu beijo me aquece / no mundo de  ilusão
o  ruim  / é a realidade
viver a dura verdade  / acordado no  colchão 

Hoje   /  vago pela   noite
Sofrendo   o  negro  açoite / dessa  traição
Que   /meu sonho  destruiu 
E assim  feliz   partiu /  sumiu   na imensidão

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Não da pra esquecer
( valtair bertoli ) 03/11/2017

Já fazem quase dois anos que padeço o desengano
Minha vida é só sofrer
Vi ruir todos meus planos seu amor me causou danos
Que não posso reverter
Bem Melhor teria sido nunca ter te conhecido
E também não se envolver
Só que não tem volta o passado fui feliz a seu lado
Isso não da pra se esquecer

O destino é mesmo incerto o errado a vez é certo
Quem pode compreender
Por isso que ainda insisto de você    nunca desisto
Mesmo estando a padecer
So queria algum dia    ter  de volta a alegria
Que a seu lado pude ter
E sepultar o     desagrado  ,  deixando  enterrado 
E com você  feliz  viver

Você é   minha alegria a aurora  fresca do dia
Os raios do sol ao nascer
Você é a madrugada com a noite enluarada
Que brilha ao escurecer
Você é a  alvorada vindo linda e desnudada
Pra me dar seu bel prazer
 é  também  o negro  espinho que cruzou o meu caminho
Pondo tudo a se perder

Vou seguindo a minha luta nessa árdua disputa
Pra tentar te convencer
Que você é o que preciso que morreu meu paraíso
Sem sua água a verter
Voe seja um passarinho voe e volte pro seu ninho
Antes do céu  escurecer
Te aguardo ainda  confiante num suspiro incessante
Não demore vou morrer
Tiro errado
( valtair bertoli ) 03/11/2017
1*
eu vi a cobra fumando /  quando em casa   fui  chegando 
  carcado por  tanto   mé
a   esposa   me   aguardava /  no escuro me  espreitava
 igual espreita  um jacaré
quando no portão cheguei / na hora  eu me assustei
  ao ouvir tanto    banzé
 por ela     fui    agredido   /só  porque  tinha   bebido 
  lá  No bailão  do    Mané
.....
confesso  não suportei  /   em  casa eu nem    entrei
 e  voltei   pro   arrasta pé

2*
voltei  de   olho roxeado  /   tinha o pescoço aranhado
com a  camisa rasgada
com os  amigos comentei foi  um tombo que levei 
na entrada  da   morada
 Pra acalmar meu   coração e esquecer  a  confusão 
  Arranjei uma namorada
Quando nela  dei um  beijo que me  bateu o   desejo
 eu me vi numa enrascada
........
vi minha  sogra      filmando  e distante   me zombando
se acabando em  gargalhada
 
3*
   hoje   vivo  entristecido    o  meu  lar foi destruido 
 nada   no mundo    me agrada
Me dei mal aquele dia  destrui   minha  alegria
sou  motivo de piada
Perdi quem tanto   amava   confesso   não esperava
A atitude da minha amada
aquele video    postou    no face   viralizou
 com   minha cara estampada
.............
aprendi não mais bebi pois beijava    um travesti
Eita cachaça danada

kkkkkkkkkk

sábado, 21 de outubro de 2017

Perdido pelo  tempo
( valtair bertoli /  Zé do Cravo  ) 21/10/2017

Quanta saudade de tudo que foi perdido
aqui sentido   guardo  na imaginação
As lindas cenas que por mim foram vividas
Hoje esquecidas igual  o canto  de um cocão
Já não existe mais colônia   de  meeiros
 Nem o terreiro onde  malhava  o feijão
A colhedeira hoje  faz todo o serviço
Dando  sumiço nos cambão batido a mão

Ou idade
infelizmente o tempo me corroeu
Já estou velho com o  meu  corpo   cansado
Me sinto  misturado  com tudo que se perdeu

A tombadeira  que o roceiro  sempre usou   
  enferrujou     esquecida num  galpão
As fortes  cangas que as  juntas  atrelava
e  os bois  guiava   apodreceram   pelo chão 
sumiu os   carros    que os   morros  enfrentava
e carregava     a colheita no pranchão
igual o carro o carreiro   se calou
 tudo silenciou   acabou sua   profissão

Ou idade
infelizmente o tempo me corroeu
Já estou velho com o  meu  corpo   cansado
Me sinto  misturado  com tudo que se perdeu

Aquela estrada   que  eu vi passar boiada 
Foi sepultada   ficou negra igual carvão
Não tem berrante acabou todas pousadas
E a peonada hoje guia    caminhão
não se vê mais   lamparina ou ferro a brasa
também nas casas não se usa o lampião
vejo o progresso a cada dia avançando
 e   acabando com as belezas do sertão

Ou idade
infelizmente o tempo me corroeu
Já estou velho com o  meu  corpo   cansado
Me sinto  misturado  com tudo que se perdeu


segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Violeiro por tradição
( valtair bertoli ) pagode 09/10/2017

Não tenho rosto bonito   e  nem sou delicado
tenho calo nos  meus  dedos  de tocar meus ponteados 
minha fala não é mansa    mas sustento o alongado
onde tem viola caipira   que a moçada admira
eu to junto e misturado

No  pé de jabuticaba não se colhe melancia
Pra    casa mal assombrada não se contrata  vigia
Tem caboclo confundindo rato grande com cutia
Tem violeiro apressado  com o  dedo  acelerado
Atropelando as melodias 

Os pagodes que eu canto é bem fácil de tocar
Tem que  prestar atenção e suas notas praticar
Faculdade não ensina não adianta procurar
Sou um homem visionário ,  viola e universitário
Nunca  vão  combinar   

A escola que   estudo é no meio do sertão
A minha sala de aula é num grande terreirão
Dinheiro eu nunca  ganho  toco por satisfação
Toco aquilo que eu vejo  que agrada o  sertanejo
Igual manda a tradição
Esperança de pobre
( valtair bertoli / João Miranda ) 05/03/2017

O pobre   desde criança
Carrega  a esperança , de um mundo melhor
na lida do   trabalho duro
No claro ou no  escuro ,  derrama o     suor
Com fibra  defende a  bandeira
quebrando   as   barreiras  , que tem  ao  redor
lamenta seu  sonho    rasgado
ao vento jogado  ,  a muito   conhece a historia   de cor

salario curto     mês  comprido
pouco tem suprido  .  suas necessidades
o rico não  olha a  inflação
só  quem sofre é o povão  ,  com a realidade
o governo  imposto vai criando
e do  povo cobrando  ,  sem ter piedade
o  poder  hoje esta  invertido
 ajuda  bandido  ,  e  manda a conta pra    sociedade

na estrada de  flores  e espinhos
Deus é  o caminho  , que nos guia  pro  céu
Tudo  ele tem anotado
 no seu livro   sagrado  ,  pra julgar os réu
pra  quando na hora marcada
com  Fogo e   enxurrada  , separar o fiel 
Será a hora da  virada
No fim da   jornada ,  Deus aos pobres  dara  seu troféu




domingo, 8 de outubro de 2017

Minha querida sogra
( valtair bertoli )  08/10/2017

na casa da minha sogra / eu nunca durmo direito
fico cismado com ela / desde a hora em  que me  deito
me viro pra todo lado / na cama nunca me ajeito
é uma grande mão de obra / quando vejo aquela cobra
olhando para o  meu leito

a velha é muito estranha /  vive amolando o facão
gosta de montar em burro   /  e também capar leitão
pita  cigarro de palha /  mata  cobra com as mãos
vive escalando  montanha /  sua coragem é tamanha
  que até  salta de avião

quando estou na casa dela /   fico  sempre preocupado
 pelo seu olhar estranho   /  me olhando atravessado
juntinho da minha esposa / vivo   sempre abraçado
com a   velha tagarela /    ajo sempre    com cautela 
deixo  o oitão engatilhado

toda família unida /  dizem que segue pra frente
eu também penso assim /    nunca   pensei  diferente
somente a minha sogra / nunca me deixa contente
mantenho a cabeça erguida /  e vivo feliz da vida
pois   sogra não é parente








sábado, 7 de outubro de 2017

Pescaria entre amigos
( valtair bertoli ) 07/10/2017


Quase todos os pescador a verdade sempre omite
Por isso contam mentiras pra escapar do desquite
O esporte é um santo remédio que cura até artrite
Caboclo pode estar morrendo que não recusa convite
Em casa fica reclamando mas quando esta pescando
Faz coisa que nem Deus permite


As traias da pescaria é sempre bem preparada
Levam caixas de anzol e o isopor de cerveja lotada
Pinga de garrafão de alambique forte destilada
Linha grossa que segura   boi de porte na invernada
Lampião pra pescar no escuro pedaço de queijo duro
E num balde seva fermentada


Quando chegam no rio já chegam falando alto
De tanto que todos beberam na viagem pelo asfalto
Alguns ficam com medo de ter onça no mato
Outros soltam do barranco o esguicho da lava jato
Um fica se coçando e fica sempre perguntando
Se alguém já pegou carrapato


Peixe quase  que não pegam   devido ao barulhão
Por conta de um dos amigos que cai no ribeirão
A galhada na beira do rio parece festa se são João
De tanta linha e anzol enroscadas pelos beberrão
Na hora de ir embora não veem outra solução
Compram do pescador uns peixes pra por  no isopor
Pra evitar em casa a gozação
Nem tudo passa
( valtair bertoli ) 

Passa o dia passa a noite levo a vida amargurada
Passa o frio passa o calor passa a brisa orvalhada
Passa tudo só não passa minha dor ainda incrustada
Eu na vida vou passando com tristeza fico olhando
Nossa  casa abandonada

Quantos planos dentro dela por nós dois  foi produzido
Avistando da janela  o seu jardim sempre florido
Lindos vasos decoravam com seus ramos coloridos
Lembro você caminhando  pela casa indo   deixando
O seu perfume sortido

É triste  mas é verdade    minha  vida deu uma guinada
A tempos eu vi partindo meu amor na madrugada
em silencio ela saiu   partiu sem me falar nada
Foi grande a decepção fiquei sem    minha paixão
Dentro da nossa morada

  Agora não  conto os dias  e também não  conto as horas
Vou vivendo  na  tristeza  desde que ela foi embora
Minha vida perdeu o sentido     nada  a  casa decora
Choro feito uma criança quando vejo a aliança
Que a malvada jogou fora

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

De volta pro sertão MODA DE VIOLA
( Valtair Bertoli )


To cansado da cidade de ver o tempo passando
de saber que minha mãe distante vive chorando
não esqueço ainda o dia que ela eu fui deixando
das palavras de carinho que em soluço foi falando
meu filho o mundo é incerto se seu plano não der certo
estarei te esperando


se passaram quinze anos que aqui tenho vivido
confesso que a mudança me deixou entristecido
não sei mais dos meus amigos por todos fui esquecido
só mamãe que não me esquece sempre  teve me  escrevido
ela nunca esteve ausente ouço ela na minha mente
falando filho querido


vim em busca dos meus sonhos aqui na grande cidade
quando deixei o   sertão foi contra a minha vontade
por morar muito distante não tinha oportunidade
pensava que na cidade teria prosperidade
confesso fui iludido hoje vivo arrependido
com a dura realidade


vou voltar pro meu sertão aqui eu não fico mais
quero viver com mamãe e esquecer todos meus ais 
se eu soubesse não teria deixado ela jamais
as lembranças da minha terra esquecer não  sou capais
posso estar enfraquecido mas não me dei por  vencido
vou vencer lá em Goiás

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Prisioneiro da saudade POLCA PARGUAIA ( valtair bertoli / ZE DO CRAVO ) 04/10/2017 Me sentindo amargurado / vivendo triste sozinho Quis voltar pra minha terra / igual volta um passarinho Preparei as minhas asas / me lancei na alvorada Viajei por sobre os montes / relembrando do meu ontem na minha longa jornada Fui olhando no horizonte / a nuvem esfumaçada Com ardor forte no vento / causado pelas queimadas Avistei rio ressequido / e plantações destruídas Bem distante das aldeias / Também vi represas cheias restringindo tantas vidas ao passar pelas queimadas / me causou decepção ao sentir nas minhas asas / o oleo da poluição logo perdi minha força / bem distante do meu ninho e cai num descampado / retornei sem ter chegado lá no meio do caminho percebi que a saudade / não pode ser revivida temos que viver felizes / os dias de nossas vidas tudo passa tudo muda / e também vamos mudando e triste lembrar as cenas / mas digo não vale a pena passar a vida chorando

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Divino anoitecer
( valtair bertoli - Joao Miranda) 03/10/2017

O anoitecer da minha terra é o mais bonito
forma Nuvens no infinito feito  flocos  de algodão
Raios do sol se destacam no poente
de amarelo reluzente carminando  a imensidão
Os passarinhos voam alegres pra morada
Cantando em revoada sobre o pasto do varjão
O Gado em marcha segue junto pra mangueira
aguardando na porteira o manto da escuridão

A verde mata quando  a noite  vai caindo
de negro vai se tingindo   se ouve no ribeirão
O curiango nas ramadas festejando
o urutau feliz cantando sua sinistra canção
Grilos cantantes se ouve por todo canto
Invadindo o recanto despertando a emoção
La no Corguinho se ouve o doce balanço
da  agua   após o  remanso correndo no  grotão

luzes em show surgem  no cosmo   piscante
Anunciando   a elegante  lua na   apresentação
e lentamente  ela vem por atrás  dos montes
clareando o horizonte com seu manto de paixão
resplende  a  noite  num  lindo  painel campestre
pincelado pelo mestre num  dia de inspiração
cena divina que  agradeço do meu leito
toda noite que me deito  ao fazer minha oração

sábado, 30 de setembro de 2017

QUERO PRAIA ( LETRA COMERCIAL )
VALTAIR BERTOLI 30/09/2017

Quero sossego eu quero praia
Passei a noite bebendo na gandaia
Quero sossego eu quero praia
Passei a noite bebendo na gandaia

A noite estava boa    estava indo tão   bem
Espantei a  solidão provocada por meu bem
Dor de cabeça por favor não aperta não
Somente Água  de coco  pode me dar   salvação

Quero sossego eu quero praia
Passei a noite bebendo na gandaia
Quero sossego eu quero praia
Passei a noite bebendo na gandaia

Na onda de meus  amigos eu sai de cara cheia
Quero na onda   serena  ouvir o canto da  sereia
Maresia me liberta alegra a respiração
Areia quente  na praia hoje vai ser meu colchão

Quero sossego eu quero praia
Passei a noite bebendo na gandaia
Quero sossego eu quero praia
Passei a noite bebendo na gandaia

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

MEU REDUTO ENCANTADO (CURURU)
( VALTAIR BERTOLI )

construí o meu ranchinho la perto do ribeirão
fiz ele de palha e barro amassei com pé e mão
cobri com bacuri   minha humilde mansão

 pra   comida cozinhar e   cafe tambem passar
uso lenha no fogão

fiz cercado de arame reforcei bem a porteira
o mourão e seu  batente  fiz todo de aroeira
minha luz é lamparina  que clareia a casa inteira

pra andar na escuridão  uso levar o lampião
e tambem  a cartucheira

num cercado de bambu  é que crio  meus bichinhos
crio galo   crio pato cada um tem seu cantinho
tenho um cachorro ensinado que  espanta   gavião

  atento cuida das chocas no quintal  da barroca
protege  as criação

junto  da minha cabocla  levo a vida sossegado
tenho no pequeno pasto oito cabeça de gado
meu descanso é merecido   estou velho e aposentado

 tenho tudo que preciso num pequeno paraizo
  meu reduto encantado

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Oração
Ao longe olhando no céu / Nuvens no alto distantes
Elevo com fé o meu pedido / Ao mestre onipotente

Senhor Deus da cura / Mestre meu salvador
Daí paz e alegria / tira da carne a dor
Ouça aqueles que clamam / por Seu nome com fervor
Meu pai eu te imploro / nos cubra com seu manto de amor
estenda seus braços ao povo / seja o nosso pescador
seu sangue jorrou na cruz / perdoando a todos pecador

Fazei dessa oração / Um hino de fraternidade
Renove a fé na unção / Afaste toda maldade
O mundo esta doente / derrame a sua verdade
Dando ao povo a esperança / nesse mundo de desigualdade
Tem irmão que esta carente / passando por dificuldade
Daí a todos a benção / e  abrigo na eternidade

( valtair bertoli ) 25/09/2017

domingo, 17 de setembro de 2017

RENASCER
( valtair bertoli ) 17/09/2017

Lá se foi a juventude /  pouco tempo resta agora
 igual os bois de carro  /  também estou indo embora
Carreguei a minha canga  / Por esse mundão afora
Pelo tempo fui vencido / confesso entristecido
A lembrança  me devora

A saudade em meu peito / Todo dia vem e ancora
O  meu tempo de infância  / Sem piedade  ela  explora
Fazendo brotar nos olhos / Lagrimas    quentes que  aflora
Revivendo os momentos / dos mais lindos sentimentos
Dos  meus tempos  de outrora 

Os riscos  do meu  cansaço   / a minha face decora
As dores das minhas juntas  / a noite sempre piora
Só quando olho os netinhos / é que sinto uma melhora
Sentado no meu cantinho / Deles recebo carinho   
Nenhum deles  me ignora

Acordo  todos os  dias  /    vendo o raiar da  aurora
Ouvindo do meu ranchinho  /  a passarada canora
Me vejo igual o orvalho / no galho quando  evapora
Que brilha no   amanhecer  /   sabendo que vai morrer 
Que  Deus sempre   pastora

sábado, 29 de julho de 2017

CANECA DE ESMALTE
( valtair bertoli ) 29/07/2017

CANECA DE ESMALTE
( valtair bertoli / João Miranda ) 29/07/2017

Essa caneca esmaltada / que   guardo  como herança
É Uma relíquia achada   / Do meu tempo de criança
Foi tudo que me sobrou / Do sitio nova aliança
Aonde  o  papai   morou /  e   tempo lá  trabalhou
Sempre  cheio de esperança

Nossa casa era  humilde / Um ranchinho beira chão
Minha mãe dona Clotilde / Por ela tinha paixão
Do seu  lado no terreiro  / Tinha um   forno feito a mão
 Pra longe exalava o  cheiro / Quando mamae no  braseiro
  feliz   assava  o   pão

Meu pai  atarefado  / apressado eu sempre via
So ficava sossegado / quando a plantação colhia
  Pro roçado   ia cedinho    /  antes de raiar o dia
 só voltava  pro ranchinho  /  com o sol bem baixinho
que no poente   caia

eu mais meus  irmãos  /  a horta ficava aguando
dando  milho as criação /   passava o dia brincando
ia  nadar no Corguinho /  vivia sempre cantando
ia caçar passarinho / mas o tempo como  espinho
 de lá foi nos tirando

quando o sitio foi vendido    /  mudamos para a  cidade
perdi meus pais querido  / avançou a  minha idade
   passei  anos tão  distante /  daquela propriedade
La voltei  recentemente    / pra ver tudo   novamente
sofri com a realidade

quando cheguei no local  / me doeu o coração
nada mais estava igual / sofri a decepção
vi a casa destruída   /  oque me chamou atenção
foi   a caneca  escondida   /  pelas cinzas envolvida
e coberta de  carvão

hoje quando  olho pra ela   /  a lembrança me invade
vejo mamãe na janela /  com  semblante de humildade
me chamando pra entrar / pra tomar leite a vontade
sinto ao  passado voltar / e assim pego a chorar
no presente da  saudade

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Montado na ilusão
( Valtair Bertoli ) 26/07/2017

Cavalgando na saudade , no lombo da ilusão
Apiei do meu  cavalo , na sombra da solidão
Fui abrindo a porteira , da minha recordação
E logo me vi chegando e meu povo abraçando
Dentro da imaginação

Vi Chiquinho boiadeiro , arriando   seu cavalo
E Narciso pé de vento , na rinha treinando o galo
Vi o João pouca telha , com o seu  cabelo   ralo
Pastorando os caprinos ouvindo o bater do sino
Distante com seu badalo

Vi meu velho sorridente , galopando no bragado
Repicando o berrante , no pasto juntando o gado
Mamãe estava tão linda , de vestido estampado
Cuidando com muito zelo das tranças no seu cabelo
Com nosso radio ligado

Contente revi minha sala , nela a minha carteira
Atenta a professora , na escola de madeira
pude ver o Monjolinho , e a sombrosa figueira
aonde os peões pousavam do fogo que cozinhavam
vi a cinza  da fogueira

logo deu um temporal , vi poeira levantando
as bacias do quintal , o vento saiu levando
caiu um cisco em meu olho , assim  fui acordando
descobri que  era   um sonho fiquei muito tristonho
sentei na cama chorando

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Marcas do tempo ( valtair bertoli ) 24-07-2017 Triste olhando minha traia pendurada Empoeirada dentro de um velho galpão Bateu saudade das minhas longas jornadas Junto a boiada desfilando no estradão Desde criança a peonada admirava E respeitava as regras da profissão Em pouco tempo aprendi ganhar dinheiro dos culatreiros quando vi era o patrão Ho saudade sem perceber o tempo me corroeu Levou embora a minha felicidade Castigado pela idade , meu corpo envelheceu Me doí ver minha traia assim parada Que na estrada nunca me deixou na mão Durante a noite revisava na pousada Hoje encostada me aperta o coração Meu velho laço enrolado e ressecado Abandonado sem bainha meu facão A minha cela esta toda desbotada Dependurada nun gancho junto ao gibão Ho saudade sem perceber o tempo me corroeu Levou embora a minha felicidade Castigado pela idade , meu corpo envelheceu Meu par de espora engripou suas rosetas Numa gaveta vi mofado o cinturão Vi o sinete amassado sem badalo Do meu cavalo sem couro vi o argolão Na juventude eu me vi por um instante Com o berrante repicando no sertão Esse mantenho ele sempre bem guardado Pra ser levado um dia no meu caixão Ho saudade sem perceber o tempo me corroeu Levou embora a minha felicidade Castigado pela idade , meu corpo envelheceu

sábado, 22 de julho de 2017

O carro e meu pai
( valtair bertoli ) 22/07/2017

Olhando triste  para um   cabeçario
Apodrecendo sua ponta junto ao chão
E quatro cangas  já todas desgastadas
Abandonadas sobre o  velho  pranchão
Não avistei a chaveta e o pigarro
 Não vi o  chumaço o  caniço e o  cadião
 Assim achei  esse  carro abandonado
No chão jogado  sem rodeiro e sem cocão

Lembro meu   pai  chegando com seus bois
E   atrelando cheio de satisfação
a  cada junta que no   carro ele  montava
Os bois chamava apontando sua  mão
Já foi o tempo acabou todos carreiros
Já não tem   marcas deixadas  no grotão
Só resta agora  as  marcas do   meu passado
Riscos deixados  dentro da imaginação

Fui candieiro  no meu tempo de  criança
Ver essa cena me apertou o coração
lembrei   meu pai quando uma peça trocava
ela  alisava  com carinho  no  formão
Ele dizia  tudo tem que estar perfeito
o nosso carro  é o nosso ganha pão
Hoje me vi novamente ao seu lado
Fui cutucado com a vara da  solidão


ref:
Eiaaaaaaaaaaaaaaaa boi
quanta saudade do meu pai pelo sertão
feliz seguia no seu carro carreando
ia  atento comandando a marcha   no estradão

quinta-feira, 20 de julho de 2017

DENUNCIA
( VALTAIR BERTOLI )

Pra você que esta ai ouvindo o radio agora
Escutando minha voz acompanhada por viola
Venho aqui denunciar um amor que foi embora
Fez igual um passarinho quando escapa da gaiola

Quero a ela  perguntar porque pode estar ouvindo
Se  ela me tem    amor   porque então vive fugindo
Se ela não tem  ninguém  porque então me ignora
E por que vive falando  que comigo ela    namora

Eu sei que você sabe que por ti estou sofrendo
Porque não telefona isso que  eu  não compreendo
Se você quer judiar só  me impor o seu castigo
Meu bem  aqui eu te imploro não faça isso comigo

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Flor do passado
( valtair bertoli ) 19/07/2017

Jamais pensei em toda minha vida
Que um dia eu iria  vela assim
Sozinha vagando sem   guarida
uma flor murcha caída no jardim

A flor tão bela que foi no passado
Que se vestia com roupa de cetim
Por quem um dia eu fui desprezado
Pedindo  agora seu  perdão para mim

Confesso a ti  que   não estou contente
De te encontrar em tão mal  situação
Por seu amor eu fui  tão carente
Você que um dia   foi   minha grande paixão

Tudo  passou e hoje eu estou mudado
A muito tempo   acabou minha paixão
 digo a  você  que   não estou magoado
e eu  já tenho outro amor  no coração
Tempestade de saudade
( valtair bertoli ) 19-07-2017

Os dias da minha vida /  ela tudo   transformou
na   enxurrada   da saudade / meu mundo se  inundou
meu rosto brilha  em pranto /  a tempestade o molhou
recordando de um passado /tão  lindo que  se acabou

quem era tudo pra mim  /que  jurava   me amar
fez na sua despedida  /  meus olhos   triste  chorar
agora me afogo em  magoas /sofrendo    ao recordar
olhando  a sua aliança /que ainda insisto em  guardar

ref:

 já fui feliz nesse mundo / agora é   desilusão
perdi a  minha querida / que mora em  meu coração
virei  seu  prisioneiro / nas grades dessa paixão
jogado   num  cativeiro / no  colo da  solidão

sábado, 15 de julho de 2017

Segredo de amor
( valtair bertoli ) 15/07/2017

Sei você já tem alguém
e a todos diz que me esqueceu .
Jura que vive feliz
 não lamenta o que aconteceu .

Pensa que se enganando
 vai apagar  o que  viveu .
pois Já te vi chorando
por meu nome chamando tremendo os  lábios seus .

Em altas horas da noite
sei que vive   a me sondar
Finjo não perceber
e  ao garçom a bebida ao chamar

peço dois copos na mesa
como se outra fosse chegar
E noto a sua tristeza
no carro com a luz acesa  na avenida ao passar

REF:
Pra que ficar me negando
 se ainda  vivo  em seu coração
se  continua me amando
 se padece  com a separação

conto os dias no dedo
peça  que   dou meu perdão
venha não tenha medo
 quebre o seu    segredo vamos  viver  a   paixão
Apaixonado
( valtair bertoli ) 15/07/2017 guarania

Cansei de procurar remédio
 pra poder  curar o meu mal de amor
pois sei que é somente  você
  quem  pode deter  no meu  peito a dor
Não quero mais viver    sozinho
sem os seu carinhos peço por favor
Me leve pra cama
diga que me ama ,
 meu bem me aqueça com o  seu calor

a vida só  nos prega peça
  já não consigo  te esquecer
meu bem volte o mais   depressa
pois sem você não consigo viver


somente após   lhe perder
pude perceber  o quanto    estava  errado
pensava  que nada existia
que era fantasia mas estava enganado  
na vida não tenho  sossego
sem o aconchego deitado  ao seu lado
  meu bem  o meu  coração
implora   seu perdão .
 sei não é ilusão     estou apaixonado

a vida só  nos prega peça
  já não consigo  te esquecer
meu bem volte o mais   depressa
pois sem você não consigo viver

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Sem retrocesso
( valtair bertoli ) 12/07/2017

Relembrando minha mocidade
Me bate saudade de um tempo diferente
Que os anos  fez tudo mudar
 E vi transformar tão rapidamente
Hoje o mundo perdeu a alegria
Acabou a magia de antigamente
O sertão  esta todo mudado
Nas  cinzas do passado me vejo  presente

Acabou a  estrada boiadeira
Que erguia poeira no tropel da boiada
Não se usa mais o  ferro a brasa
A energia nas casas deixou ela iluminada
O canto  do  cocão se foi
Com o  carro e os bois na  junta atrelada
Até mesmo a  linda moreninha
Hoje esta mais branquinha e vive maquiada

Os violeiros que  antes reunia
Pra fazer     cantoria no velho  terreirão
Pelo som digital foi vencido
Hoje é só  batido  dizem que é canção
É som alto no carro  filmado
Com jovens drogados  perderam  a noção
No passado os pais  se preocupava
E os   filhos  levava com   as rédeas nas mãos


A pancada do velho monjolinho
A beira do Riozinho   também se calou
Os amigos do tempo de criança
Ficou na lembrança    o tempo separou
 Só o que   resta é olhar pro céu
Ver a lua  no painel  onde nada mudou
Dói saber que o avanço do  progresso
Não tem  retrocesso o que foi bom se acabou

domingo, 2 de julho de 2017

Guaiaca do papai  TOADA BALANÇO
( valtair bertoli ) 02/07/2017


Lembro meu pai usando roupa surrada
Carregando sua inchada indo pra cuidar do chão
Já com seu rosto pelo sol castigado
Levando num amarrado a boia num caldeirão
Lá na biquinha da mina sempre parava
a moringa completava cheio de satisfação
e na lavoura enquanto ele capinava
da casa mamãe cuidava me dando educação


sua guaiaca num prego ele pendurava
quase nunca ela usava passava de mês vazia
e com carinho da família ele zelava
na mesa nada faltava só na colheita enchia
com o seu lucro o banco logo pagava
caderno pra mim comprava e feliz ele sorria
e foi assim que me mandou pra cidade
me pagou a faculdade na lida de boia fria


se hoje uso roupa de grife afamada
tenho caneta dourada e passeio de avião
se minha pele é lisa e bem cuidada
como tudo que me agrada nas mesas de exposição
foi porque o meu pai de dedicou
seu suor derramou na terra na plantação
hoje ele vive com a guaiaca recheada
numa fazenda formada no meio do meu sertão


hoje ele vive com a guaiaca recheada

numa fazenda formada no meio do meu sertão .

sábado, 24 de junho de 2017

Grades  da saudade BOLERO
( valtair bertoli ) 24/06/2017

Estou   preso numa   cela invisível
Por um ser desprezível  
  que me trancou na    saudade
Pago o  preço do  meu crime cometido
Por ela  fui iludido
por  que a amei  de verdade

Sua  lembrança  toda noite me tortura
    me açoita na clausura
   me bate sem  piedade
 já procurei  no cabaré    minha alforria
não senti nem alegria
 não achei minha   liberdade

ref:
agora  triste  eu vivo  agonizando
solitário  esperando a chave do seu perdão
sofro   o castigo num jazigo  sufocado
pelo  amor fui condenado  ao perder minha paixão

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Ilusão da partida
( valtair bertoli ) 22-06-2017

Ainda recordo o dia da minha partida
na porteira  a batida acelerando o coração
o meu cavalo caminhando a meu lado
com olhar desconfiado  vendo a mala em minha mão
alvorecia  o sol nem tinha nascido
ver  meu velho  entristecido  me cortou o coração
e da janela minha mãe triste  acenava
distante ela chorava sem me dar  demonstração

sai andando  pela  estrada orvalhada
pela  terra ainda molhada derramei pranto no chão
olhando o ceu  o voar  dos passarinhos
nela eu ia sozinho fazendo minha oração
a jardineira foi   chegando apressada
de traia vinha  lotada seguindo pra estação
nesse percurso dentro dela   ia pensando
o que estava me aguardando distante nesse mundão

agora fico lamentado o meu passado
do meu canto abençoado so restou recordação
já   faleceu minha mãe e o pai   querido
nosso sitio foi vendido arrancaram as    plantação
tudo mudou só cana lá tem plantado
e tijolos amontoados onde era  o   galpão
se eu soubesse de lá não tinha   saido

meu passado foi perdido os troquei por   ilusão

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Bilhete de ida
( valtair bertoli ) 19/06/2017

Comprei passagem um bilhete só de ida
Estou de partida vou deixar quem tanto amei
Irei embora com   o meu  peito magoado
Em  outro estado  amanhã cedo   estarei
Levo comigo as lembranças desse amor
Que sem pudor no fim  deu desilusão
Me dediquei mas não fui correspondido
Parto ferido por não ter  outra opção

Dei tudo a ela que estava a meu alcance
Em nosso enlance  ela jurou sempre me amar
Foram três anos  construindo nosso ninho
Triste sozinho     eu vi tudo se acabar
Um outro alguém  apareceu  no seu caminho
Os seus carinhos  eu percebi  adormecer
E me trocou por um   ex  do  seu passado
Fiquei de lado sem nada poder   fazer

Desejo a ela que tenha felicidade
Deixo a cidade pois não quero mais a ver
Levo as lembranças do seu corpo em meu braços
Dos entrelaço ouvindo sua voz gemer
Fui  bem feliz com o amor que aconteceu
E  não fui eu  o culpado desse fim
Estou indo embora  a procura de alguém
Que sem ninguém devolva a paz pra mim

domingo, 18 de junho de 2017

Fechadura  da saudade
( valtair bertoli ) 18/06/2017

Guardo  na mente um baú recheado
Com  fatos  do  meu passado /  e cenas  de  minha historia
Quem tem a chave é minha amiga   saudade
E Quando o meu   peito  invade /  abre ele na    memória
Me  surgem  luzes do meu tempo de criança
 Me mostrando  as lembranças  / que desperta a   emoção
Volto na casa  no lugar que   fui criado
Meu cantinho   abençoado   /  com as belezas    do sertão

Vejo  meu pai  saindo cedo  apressado
Na lida apartando o  gado  /  ordenhando na mangueira
O João de barro dando suas revoadas
Construindo a sua morada   /  bem no   alto da paineira
 Chego  a ouvir  o  carro de boi na lida
Subindo a trilha cumprida  / rangendo os seus cocão
Os boiadeiros Conduzindo as boiadas
Com a tropa empoeirada  / pra pousar no ribeirão

Ainda na mente  vejo perto da porteira
A velha e grande figueira /  com sua sombra frondosa
Lá eu brincava e mamãe de casa olhava
No almoço me chamava  / com   voz calma e  carinhosa  
Ficou guardado o aroma da infância
No cantinho da  fragrância   / de tantas recordação
Somente eu sinto  não pode ser dividido
 Sou feliz por ter vivido  / lindos anos no rincão

sábado, 17 de junho de 2017

REI DO LAÇO
( VALTAIR BERTOLI )  moda de viola

numa festa de casamento  / que a muito tempo se vai
teve um fato acontecido /  que da  minha mente não sai
duas famílias     felizes  /  num   sitio juntos  festejava
com  fartura de comida  / bebida   tinha que sobrava
Tenório e a linda Sandrinha /  seus   sonhos  realizavam
alem de unir as   famílias /  eles também  se amavam
família humilde  de Sandrinha   /  vivia do que plantava
e família de Tenório  /  famosa  por bois que domava

ja era   de tardezinha /  a noite perto  beirava
todos comiam e bebiam   / a festa feliz  continuava
 os homens pela bebida  /  já davam altas risadas
o álcool ia   subindo /   naquela festa animada
Tenório era boiadeiro /  de sobrenome   afamado
peão de muita ciência /  de tanto lidar com gado
na baixada do  varjão /  do sitio que a festa se dava  
tinha um boi besta fera /  que  perto  ninguém chegava

e foi na boca da noite  / que o boi resolveu aprontar
por não estar  acostumado / com barulheira no lugar
levou a cerca no peito /    saiu em grande disparada
rumou sentido  a sede   / bufando de cabeça baixada
Tenorio viu a besta fera  / subindo  entrando na estrada
tentou se levantar  / sentiu as pernas fraquejada
ao longe avistou seu avô   /  a cavalo  vindo da invernada
seguia  a passo lento /  pois já tinha a idade avançada

o avô sobre seu   cavalo   / vendo  aquela situação
chegou a espora no macho /  já com o seu laço na mão
pareou ao lado do bruto /     lançou  seu laço trançado
firmou ele  na cela  / cavalo   dominou o estalado
foi um grande  alvoroço    / levantou um grande  poeirão
todos virão a besta fera /  dando com a cara no chão
o velho   ficou montado  / sorrindo em cima do   alazão
relembrando  seu tempo de gloria  /  de rei do laço do sertão

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Caboclo realizado
( valtair bertoli ) 15/06/2017 pagode


Meus pés não tem ventoinha / Nem tenho asas nas mãos
Levanto de madrugada / Descalço piso no chão
Dirijo um cabo de enchada / Nas ruas da plantação
Ouvindo a mãe natureza / No radio da imensidão


Ninguém tem peito de ferro / Nem mesmo alma de aço
A preguiça é quem que faz / Do homem ser um fracasso


Meu pulso não tem relógio / a lida ninguém controla
Passo o dia feliz / aqui ninguém me amola
começo a lida bem cedo / meu trabalho não embola
Contemplando as belezas / minha alegria decola


Ninguém tem peito de ferro / Nem mesmo alma de aço
A preguiça é quem que faz / Do homem ser um fracasso


Saúde eu tenho de sobra / Não falta disposição
Gosto de lidar com a terra / Também com as criação
Tenho uma linda princesa / que mora em meu coração
E uma viola afinada / Que alegra a noite no sertão

Ninguém tem peito de ferro / Nem mesmo alma de aço
A preguiça é quem que faz / Do homem ser um fracasso

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Poeta do céu ( valtair bertoli ) 01/06/2017 Quando cai a tarde com o sol no poente Contemplo contente toda passarada Olhando distante as cores no horizonte Nuvens sobre os montes de cor alaranjada Nas galhadas ainda vejo a luz que refrata Por de traz da mata na água do ribeirão Me sinto feliz da casinha olhando O sol se amoitando na tarde do sertão O astro Rei ao longe vai despedindo Com a noite surgindo desce a escuridão Trazendo consigo o manto azulado Com os pingos dourados na imensidão Na grama os grilos cantam em serenata lua fica grata e vem ouvir a canção Toda majestosa logo se faz presente Pintando o horizonte com o seu clarão Estrelas apressadas correm riscando o céu No corgo do vergel curiango da o piado a coruja atenta caça por todo campo junto a pirilampo piscando de todo lado a grama de relva fica toda molhada No romper da alvorada no amanhecer A essa hora a muito já estou de pé Tomando café junto ao meu bem querer Tudo isso eu vejo depois do serviço Onde me espreguiço na rede da morada Assisto e escuto o som da natureza Com minha riqueza que é minha amada Assim minha vida simples vou levando Na lida tocando o cultivo do chão ouvindo o Poeta lá do céu me falando estou te brindando cumpra sua missão



quarta-feira, 31 de maio de 2017

Mesnagem no facebook ( valtair bertoli ) 31/05/2017 Pouco me resta agora Esta chegando minha hora Do mundo minha partida Eu muito tenho pensado O quanto fiz de errado Deixando abertas feridas Aqueles que magoei e nunca me importei a todos peço perdão Hoje estou arrependido por vocês sofro entristecido demorei pra aprender a lição Agora que estou no fim peço não olhem pra mim Diferente com piedade Sei que não fui perfeito não percebi meus defeitos Vivia cheio de vaidade Errei com meus amigos na família fui um castigo Agi sem ter coração Por isso quero redimir para em paz eu poder partir Terminar a minha missão Lendo essa mensagem escrita com coragem dita em alto astral Notei o quanto é importante chegar nesse instante com paz espiritual A doença pode não ter cura mas a vida perdura Numa outra dimensão um dia também vou embora não sei se vai ter demora a você deixo minha oração.

domingo, 28 de maio de 2017

Carreiro do alem
( valtair bertoli ) 28/05/2017 corta jaca

Foi dolente este fato acontecido
que deixou entristecido / A todo  povo no sertão
 carreiro velho que estava acostumado
 a corta  serra  e cerrado / Na lida da profissão
Naquela tarde muito feliz carreava
 com as juntas conversava / Longe de preocupação
Jamais pensava que a morte espreitava
   na encosta o aguardava / Pra findar sua missão  

O sol da tarde já deitava no poente
depois de um dia ardente  / Castigar  todo  o rincão
No alto do morro  uma pedra despencava
 no seu carro acertava / Foi uma judiação
Velho carreiro com seus  bois deu um grito
 que ecoou no infinito / Mais alto que os cocão
Tinham respeito mas o trecho  era   estreito
jogou o carro em  seu peito  / Despencaram  no grotão

Naquele dia  mestre e  carro se calou
  a morte veio e  levou / A todos  sem compaixão
E todos juntos  também foram    sepultados
 igual no carro  atrelados / la  fincaram  o seu ferrão
reza a lenda que nas tarde se sol quente
se ouve de bem distante  / um rangido em canção
mestre carreiro com os seus bois conversando

 e o cocão feliz cantando / no alto da imensidão

sábado, 27 de maio de 2017

Meu paraíso
( valtair bertoli ) 27/05/2017

O silencio foi interrompido / pelo galo na madrugada
Sabia abriu a orquestra / regendo toda passarada
 As estrelas foram embora / brilhou a grama orvalhada
Com o sol surgindo nos montes / no raiar da alvorada


  feliz sigo caminhando  / vou levando no  ombro   a enxada
 a moringa carrego   na mão /  e a boia no cabo amarrada
pisando na terra   fofa  /    por  sereno ainda molhada
 sigo  pela  estradinha  / olhando  a nevoa   na  baixada


a nevoa    no  ribeirão  /   deixa  a mata toda esbranquiçada  
 o gado pasta  feliz   / com  anum em    revoadas
  o tiziu da  seus pulinhos   / seriema  canta nas ramadas
    sigo a tudo observando   /  pra cumprir meu dia de jornada

assim inicio  meu dia  / outras   cenas aqui me agrada
sabia no pé de mamão / no fruto  dando suas bicadas
o tatu no buraco escondido / as  lebres pulando apressadas  
aqui  é o  meu paraíso / que no mundo  não troco por nada

sonho de menino
( valtair bertoli ) 27/05/17

Quando passo na porteira /  vejo no seu mourão
dois  nomes nele gravado   /   dentro de um coração
 Há    muitos anos  passado /   rsiquei com  minha paixão
que  partiu e   foi embora  /  deixou só  recordação

tinha os olhos   tão lindos  / Azul da cor do céu
 lábios carnudos  rosados / com  o sabor de   mel
hoje sofro a  lembrança /  sinto  o seu gosto de fel
lembrando da   despedida /  ela seguindo  ao leu


a  minha doce infância    / pra sempre  ficou marcada
recordo  ela   sumindo  / lá   na curva da estrada
Foi nesse exato  instante  /que    acenou   minha amada
E nunca mais eu vi ela /   tive minha sina    trancada

tudo  que sonho na vida / é   com ela  me   encontrar
pra acalmar minha  dor /    que  insiste em  me maltratar
talvez     esteja  sozinha  / triste   a me esperar
talvez quem sabe  o destino / possa um dia me ajudar


quando isso  acontecer  /  tudo quero lhe falar
do quanto  que procurei /  sem nunca desanimar
é minha eterna rainha / com quem sonhei  me casar
se ela estiver disposta / trago ela pro meu lar

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Pescaria de boiadeiro
( valtair bertoli / Joao Miranda ) cururu 16/05/2017

Amarei  a bruaca na cangalha do burrão
Arriei  o meu cavalo cheio de disposição
To saindo apressado
 não para   lidar com gado
 Vou pescar no ribeirão

To levando a cartucheira  e balas no cinturão
Canivete paia e fumo e pinga num garrafão
Também o  laço  trançado  
não para  lidar com gado
Vou pescar no ribeirão

Levo a rede de imbira o samburá  feito a mão
Minha lona de estradeiro para  minha proteção
Estou indo preparado
não para  lidar com gado
Vou pescar no ribeirão

A bruaca vai pesada to levando de montão
Paçoca de carne seca rapadura e  feijão
Vou  com Deus a meu lado
não para  lidar com gado
Vou pescar no ribeirão
.






Amor proibido
( valtair bertoli ) 19/05 /2017

Nas minhas noites nada tem que me agrade
Desde quando cai a tarde / já me bate a solidão
Sinto no  peito um amargor desenfreado
Passo a noite acordado  / remoendo de paixão
No  meu quarto  deito  triste  tão  sozinho
Querendo seus   carinhos  / e não vejo salvação
Quem eu amo  nem sabe do meu castigo
Esposa de um  amigo  / que me trata como irmão

Como pode acontecer isso comigo
Ter que amar ela escondido /  e viver nessa  ilusão
E sorrir vendo ela a seu lado
Com o peito espedaço   /doendo o coração
Lhe  respeito por isso fico  calado
Não quero ser condenado / sei que não tenho razão
A voz do  anjo em   meu ouvido tem falado
Você esta errado / e jamais terá perdão

terça-feira, 16 de maio de 2017

Entardecer de caboclo ( sem melodia )
( valtair bertoli ) 16/05/2017

Quando eu volto da roça , passo  na paioça
,paro  pra rever
A mais bela caboclinha , minha princesinha
 o meu bem querer
Vendo o sol sobre os montes , indo no horizonte
. pra se esconder
Esqueço o  corpo cansado e sigo apressado
, pra cumprir meu dever

Vou terminar meu Serviço ,  sempre faço isso
  com muito prazer
Deus me dando saúde  , amor e Atitude
, eu sempre vou ter
Paro e espio as galinhas ,  nos galhos  Juntinhas
 a se espremer
Trato todas criação ,  acendo o lampião
já com o céu a  escurecer

No regresso pro ranchinho ,  paro no caminho
 somente  pra ver
as chocas sobre os pintinhos ,   atenta nos  ninhos
 a lhes proteger
sento num velho banquinho ,  fico    quietinho
 ali  e pego fazer
meu cigarrinho de paia  , com a lua que espraia
 no ceu a nascer

assim termino o meu dia , com muita alegria
 pego agradecer
por Deus  me     abençoar  . e  por  me brindar
com  o  lindo  anoitecer
vou encontrar  a caboclinha  , dentro da casinha
 com a água a ferver
com ela tomo meu banho ,  me deito e me assanho
 e me sinto renascer

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Neto do Mestre 
( valtair bertoli ) 12/05/2017

Na cidade de Pardinho / Num encontro de violeiros
Apareceu um caboclinho / Com traje de estradeiro 
Carregava  uma viola  /  toda feita de pinheiro
Distante da multidão / Acompanhava as canção
Com seus dedos bem ligeiro 

O povo a sua frente  / Ouvindo seus ponteados
Aplaudiam fortemente / Ficaram  impressionados 
E Por um dos dirigentes / Pra tocar  foi convidado
Num gesto de educação / Agradeceu a ocasião 
E ao palco foi levado 

Ao subir  pediu  licença / Pra poder se apresentar
O meu sonho de criança Disse  vou realizar 
Venho vindo  de Taciba  / Sonhava aqui chegar
Confesso que a emoção /   apertou meu coração
ouvindo  as violas tocar 

acompanhou todos pagodes / todas notas conhecia
brincava  com os   acordes / a multidão  feliz sorria 
sei dizer que esse show / chegou ao romper do dia
num gesto de  devoção  /   ao fim fez uma oração
e ao avô agradecia   

a meu avô eu  agradeço / o que  me ensinou aplico
muito pouco eu conheço / mas ainda me dedico
usufruo do  legado /  do seu ponteado rico
meu mestre de coração / conhecido no sertão
pelo  nome de Bambico 

sábado, 6 de maio de 2017

Sonho colorido
( valtair bertoli ) 06/05/2017


A tempo distante deixei minha terra
Em plena primavera inicio de estação
Sai buscando o sonho colorido
Vendo o ipê florido enfeitando o sertão
Da jardineira ia contemplando
Da janela olhando fazer poeirão
infelizmente eu não sabia
que oque eu queria
sempre esteve fincado nesse meu chão


cheguei na cidade de madrugada
a nevoa esbranquiçada ofuscava a visão
diversos rostos por seus cantos eu via
nenhum me sorria na multidão
sai pela rua e vi gente deitada
na fria calçada sobre papelão
o forte barulho no ouvido zunia
o nariz entupia
com o cheiro ardido da poluição


na cidade grande somente eu sei
o quanto que chorei com as recordação
sonhava a noite que tinha voltado
e papai encontrado em meio a plantação
via o sorriso da minha mãezinha
na nossa cozinha acendendo o fogão
então descobri que o que tinha buscado
sempre esteve a meu lado

por isso voltei e pedi perdão