( valtair bertoli / João paulino da silva )
Quem olha aquele sujeito / no leito daquela estrada
Não faz nem ideia / da sua vida passada
é conhecido por Dorva / morava la na alvorada
partiu buscando um sonho / voltou triste sem nada
Na sua casa modesta / comida nunca faltava
Tocava a terra na roça / vivia do que plantava
Ouvindo coisas bonitas / que na radio escutava
Um dia largou de tudo / e na mão o seu pai deixava
Saiu de madrugada / levando malas lotadas
Entrou na jardineira / sumiu na poeira avermelhada
Ficou distante por anos / na sua louca empreitada
Por conta da sua vergonha / nenhuma carta foi postada
No dia que ele partiu / seu pai triste falava
Meu filho pare com isso / no colchão sua mãe pegava
A ele dava dinheiro / reserva que eles juntava
Para pagar a conta no banco / que o gerente cobrava
Distante sem ter noticia / não sabia do ocorrido
Seu pai sem ter condições / suas terras tinha perdido
A mãe ficou doente / foram morar num abrigo
E na semana seguinte / de desgosto o pai tinha morrido
No dia em que ele voltou / abanando as mãos vazia
Só quando chegou no sitio / das noticias sabia
E ficou desse jeito / ao ir onde a sua mãe vivia
Que ao olhar pro o seu rosto ela já não o conhecia
Nenhum comentário:
Postar um comentário