RADIO BARREIRITTO CAIPIRA

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quarta-feira, 29 de março de 2017

Coração de peão
( valtair bertoli )  caterete  29/03/2017

A tempos vejo    boiadas    Levadas  em caminhão
Relembro   minhas jornadas   no meu tempo de   peão
Eu nunca imaginava     perder minha profissão
Do meu tempo de estradeiro  Cortando o pais  inteiro
  que fazia com  paixão  

comparando  o  passado  até os dias   presente
a  lida  foi mais bonita   no tempo de antigamente
dificilmente uma reis  não chegava   no  cliente
abrindo novas picadas  enfrentando  as  pintadas
 hoje esta  bem diferente

a minha  idade  chegou acabou com   meus planos
assim também vi sumindo  todo gado cuiabano
hoje só vejo  nelore   aumentando ano a ano
por culpa do    progresso mas a  vocês eu  confesso
pra mim tem sido tirano

  falei aqui um pedaço da   lida no meu  sertão
que via atras da boiada envolta no  poeirão
o som do velho berrante ficou na recordação
sofro ao falar do passado já sinto acelerado
no peito meu coração

terça-feira, 28 de março de 2017

Minha casinha
( valtair bertoli ) 28/03/2017 cururu


Comprei uma casinha escondida pela mata
Quinze alqueires de terra
encostada ao pé serra pertinho de uma cascata
Nas tardes de sol quente canta alto as cigarras
Passarinhos com seu canto
sobrevoam o recanto fazendo grande algazarra


Nela eu moro sozinho curtindo a natureza
Nas noites os pirilampos
piscando por todo campo Mais Aumenta a beleza
o céu brilha estrelado enfeitando o reduto
A lua vem desnudada
clareando a madrugada Aqui Deus é absoluto


Gosto de acordar cedinho no romper da alvorada
ver o sol surgir nos montes
clareando o horizonte na cor forte avermelhada
Os seus raios refletido brilha na grama orvalhada
o dia vira uma festa
quando esvai na floresta A nevoa esbranquiçada


   bicharada fica    solta passeia com  liberdade
borboletas e beija flor
 desfrutam o nobre sabor  nas flores ficam a vontade
sou nativo    do sertão  gosto da  simplicidade
aqui deito e levanto

 a cada dia mais me encanto  cheio de    felicidade  

domingo, 26 de março de 2017

Boiadeiro solitário
( valtair bertoli ) 26/03/2017

Um boiadeiro sobre seu cavalo
Vai cavalgando lento no estradão
E relembrando  todo seu passado
Que esta guardado no seu coração
Olhando atento  pra todos lados
Enche o peito de recordação
Sopra o berrante todo  emocionado
Tocando  triste sua solidão

Toca o berrante ho boiadeiro
Segura firme com as suas mãos
Sopra  o berrante o boiadeiro
Rumo a pousada da imaginação

Sua tocada  indo pela estrada
Não faz  tropé   e nem   poeirão
Somente tem a vista embaçada
Pela idade roubando   a visão
Sem companheiro e sem sinueiro
Segue sozinho no seu batidão
Expulsando  a dura saudade
Dos  velhos  tempos que foi  Peão

Toca o berrante ho boiadeiro
Segura firme com as suas mãos
Sopra  o berrante o boiadeiro
Rumo a pousada da imaginação

Sabor de mel e veneno
( valtair bertoli ) 26/03/2017

Eu  provei da sua boca o extasiante sabor
Deixei meu  sonho  embalar nos seus lábios de licor
Sentindo o seu  perfume aroma de linda flor
O que eu nunca achava  e nunca imaginava
Era sofrer desamor

Contigo eu aprendi  a te amar com fervor
Andar por todos caminhos seguir juntos sem temor
Me mostrou   que na vida tudo tem o seu valor
Da boca que eu beijava dela  eu não  esperava
era  ouvir  o  rancor

você ensinou a voar suave igual  beija flor
também me levou ao  céu  mais alto que um  condor
fez o vento     soprar na proa a meu favor
e quando eu  mais te amava no frio me retirava
  o seu quente calor

um dia a tempestade o sol não pode transpor
nosso  romance mudava   para  um    filme de terror
a magoa  nos  separava   jamais  podia supor  
que o seu ego pequeno  ia fazer   de  veneno
o mel do nosso amor

quinta-feira, 23 de março de 2017

FIM DE CAMINHONEIRO
( VALTAIR BERTOLI  / Vittor Silva )

No leito de um hospital / tinha um velho deitado
em estado terminal / a muito tempo internado
no horário de visita /  ninguém ia lhe   visitar
um dia o  padre chamou   /  e quando o vigário  entrou  
Logo pegou  confessar

Falou  sobre sua luta  / e tudo o que havia   enfrentado
disse  também  da  família   / que tinha lhe abandonado
pois  ficar la esquecido  / não achava alarmante  
perdoando   esposa e    filhos /  disse sem trocadilho
 sempre  estive  distante

padre fui um homem forte / tinha a minha devoção
rodava de sul a norte / guiando meu caminhão
distante da minha casa  / nem vi meus filhos crescer
quando  mamãe  faleceu  /  muito meu peito doeu
não    pude comparecer

eu lutei por um  progresso / hoje estou acabado
a Deus eu sempre peço / pra perdoar meu passado
podia ter escolhido / qualquer outra profissão
estar perto de meus filhos / enchendo eles  de brilho  
 ter dado mais atenção

se  calando    foi dormindo / virou  a cabeça de lado
nos seus olhos foi surgindo / lagrimas neles fechados
tudo virou silencio / parou o seu coração
ali fez sua partida  / o  homem que deu a vida
 pra grandeza da nação

quarta-feira, 22 de março de 2017

Fim da casa de caboclo
( valtair bertoli ) 22/03/2017

Já não existe mais a casa de caboclo
e  mesmo  tão pouco / o casal   que lá  morava
la do passado     eu só  vi o velho  cocho
e também alguns dos   tocos /  em que as visitas  sentava

Fizeram  perto uma casa de alvenaria
No lugar que  eu   corria /  quando a boiada chegava
junto do ipê que muitas vezes   subia
E De muito longe ouvia /   o berrante  que  repicava

tem um galpão que fizeram   do  seu lado
Distante  lá   vi guardado /  maquinários importados
Alguns cobertos por um pedaço de lona
E todos eles  funciona /  por motor tracionado

 hoje  padeço de saudade  do  ranchinho
Do cheiro do   cafezinho /  na hora bem preparado
E dos bolinhos  feito pela sinhazinha
Bem ao lado da  cozinha  no forno de lenha assado

A  vida ali por Deus  era  abençoada
Muita gente na  morada  /  nas colheitas  reunia
E muitas vezes nela  fizemos pousadas
Trabalhando na  empreitada  muitas noites   lá dormia

Infelizmente tudo ficou no passado
 meu antigo eldorado /  hoje esta tão  diferente
Eu do progresso  também me aproveitei
Envelheci  más  não mudei  / o meu respeito a essa gente
Fim de um amor perfeito
( valtair vertoli )

Nem um  amigo   sabe  da  realidade
Depois que    a felicidade  escorreu  por   minhas  mãos
O que eu sofri ao perder a minha  amada
Que andava    de mãos  dadas   vivendo    nossa paixão

 Amor   mais  lindo que o nosso não existia
   Tristeza   não conhecia vivia com emoção
Hoje eu padeço lamentando  o passado
No meu quarto  abandonado  preso na  recordação

A minha   vida  se tonou  uma agonia
não esqueço aquele  dia o meu pranto cai ao chão
 vejo você  no hospital feliz sorrindo
logo dois   corpos saindo  unidos em  um caixão

terça-feira, 21 de março de 2017

Perdão ( valtair bertoli ) 21/03/2017 Meu pensamento insiste / querendo te encontrar em meus sonhos toda noite / sempre vou te visitar Feliz fico contigo / no mundo da ilusão De dia sofro o castigo/ você não esta comigo Padeço na solidão Meu mundo esta vazio / por não ter o seu amor Vivo vagando sozinho/ tentando curar a dor a vida esta sem sentido / a luz virou escuridão Meu bem tenho padecido / no peito bate ferido O meu pobre coração Muitas vezes caminhado / sem destino na cidade Te vejo em outros rostos / no calor da minha saudade Já não sei o que fazer / é triste a situação Não consigo te esquecer / pressinto que vou morrer sem a sua salvação Nada no mundo me agrada / só você é que me faz bem Sei que você ai distante / por mim padece também Arruinei o paraíso / pra ti fiz essa canção Estou perdendo o juízo / meu bem de você preciso Venha me dar seu perdão

domingo, 12 de março de 2017

Visitando o passado
( valtair bertoli ) 12/03/2017

Ao passar pela velha estradinha  /  revi  a  colônia  onde     me criei
Suas casas  por  mato tomada   / também a  morada que  um dia deixei
Pude ver a figueira frondosa / e  sua  sombra gostosa que    tanto brinquei
Me vendo ali tão  sozinho  / por todo caminho  / meu  pranto de dor  no   chão  derramei

Pelo  pasto não vi  o piquete  /  nem os cavalos que com zelo  cuidei
 Vi caído a  beira  do Corguinho  /  o eixo  do   monjolinho que tanto  escutei
A mangueira que apartava boiada  / de tantas  chifradas   nela escapei
Suas  tabuas foram  retiradas / pelo  chão     jogadas / e seus mourões  nenhum encontrei

A lagoa que  a  tarde   pescava / e grandes   traíras  nela pequei
Pelo  mato ficou  cercada  / estava  amoitada  e  sua  água tambem   não avistei
no chiqueiro  vi o coxo   queimado / que fora  entalhado em madeira de lei
vi a  tuia toda destelhada  / no  terreiro a porta   abandonada  / quantos cereais  nele eu sequei

As lembranças que   tinha na mente é bem  diferente do que encontrei
Pelos anos tudo foi   mudado   meu lindo  passado que aqui eu  passei
Minha vida  também mudou  / o mundo  transformou  e eu também mudei
Só me  resta cair no chão / pra levar no    caixão / todas lembranças  que daqui eu  guardei

domingo, 5 de março de 2017

Esperança de pobre
( valtair bertoli / João Miranda ) 05/03/2017

O pobre carrega desde criança
No peito a esperança de um dia melhor
Na lida  enfrentando  o  trabalho duro
No claro ou no  escuro derrama o     suor
Com garra defende a   nossa bandeira
quebrando     barreiras que tem  ao  redor
e vê os seus sonhos sendo rasgado
ao vento jogado   pois conhece a historia   de cor

o salário é curto  e  o mês é comprido
pouco tem suprido as suas necessidades
escuta falar que não tem inflação
más quem sofre é o povão  com a realidade
vê o senado mais impostos criando
no  povo empurrando  sem ter piedade
nosso poder  hoje esta  invertido
 ajuda  bandido  e  cobra a conta  da  sociedade

nossa vida é feita de flores  e espinhos
Deus comanda o caminho que nos leva ao céu
Os nossos lamentos ele tem anotado
 no seu livro   sagrado  pra julgar os réu
pra  quando chegar a sua  hora marcada
com  Fogo e   enxurrada  separar o fiel  
Será o momento da grande virada
No fim da   jornada Deus aos pobres  Dara  seu troféu

quarta-feira, 1 de março de 2017

Cabocla milionária
( valtair bertoli ) 01/03/2017

Caboclinha milionária / Que gosta de confusão
Pensa  que compra tudo /  não compra o meu coração
Gosto muito de você  / Isso nunca tive escondido
Dinheiro  não vai  me prender / Portanto pode   esquecer
Jamais serei seu marido

Suas noitadas agitadas / Varando a madrugada
O som na sua caminhonete / Não é som que me agrada
Sou um caboclo matuto / Gosto de modas do mato
Modas de Viola e violão  / contando causos  do sertão
Moda sertaneja de fato

Tenho gosto  diferente / Do seu estilo de vida
Gosto de lidar com a terra / Você gosta  de estar na   avenida
As roupas que você veste / só piora a situação
Gosto de estar a vontade / viver solto em liberdade
Longe   de poluição

Gosto de viver no sitio /   também gosto da Ritinha
Moça de família humilde / que vai ser minha rainha
Você    disse que compra  tudo / menos a minha vaidade
Espero não ter ofendido  /  sempre fui  comprometido
Com minha felicidade

Livro da vida
( valtair bertoli ) 01/03/2017

No livro da minha vida escrevo o meu destino
Desde o primeiro passo quando era um menino
Sempre fui confiante mas  sofro  meus  desatinos
  paginas estão marcadas por lagrimas derramadas
de  historias mal acabadas que  sempre me sabatino

a paixão não tem  rédeas não se pode  controlar
quando ela entra  no peito tudo passa  a comandar
por uma falsa   ilusão  a tempos deixei me levar
pensei ser   porto seguro mas dei um   tiro no escuro
por ser   jovem e imaturo ainda sinto ela   machucar

queria  ter o  poder dessas folhas  arrancar
mudar o rumo da historia que tem me feito chorar
tirar ela da minha  mente o seu   semblante apagar
viver sem ressentimentos esquecer os falsos  momentos
que o seu fingimento não me deixou enxergar
Galopando na saudade
( valtair bertoli ) 01/03/2017

Galopando na saudade / no passado fui chegando
Encontrei meu velho pai / na lavoura trabalhando
Estava todo suado / a moringa foi pegando
Me ofereceu água fresca  / vi seus olhos brilhando
Igual na minha  partida  /  quando  ficou  me acenando
Pude sentir seu abraço / e  logo    foi me   falando

Meu filho  faz tanto tempo / que estava te aguardando
Se abrigue ali na sombra / que o sol esta   pelando
Logo abriu um  sorriso  / lagrimas estavam  rolando
Senti sua mão pesada   /do trabalho calejada
o meu pranto enxugando

Avistei longe  a  casinha / distante  serpenteando
Fumaça na chaminé /  ,    no poço mamãe puxando
Água fresca no saril    / meu nome estava chamando
Ia passar o   café /    um bolo estava assando
Ao chegar pelo  quintal  / veio ao encontro  soluçando
Pude sentir seu carinho /  de novo me afagando

É pena que o tempo passa / e tudo vai se acabando
Hoje não tenho paz  / por isso vivo sonhando
Não esqueço a despedida / as vezes sonho voltando
nada resta do passado / hoje esta tudo mudado
ninguém esta me esperando  .